O Idoso e o Câncer de Próstata

Para quem não sabe o que é próstata, a próstata é uma glândula do aparelho reprodutor masculino, do tamanho de uma noz e pesa menos de 30 gramas, que vai aumentando conforme o envelhecimento. Está localizada entre a bexiga e o pênis, à frente do reto e é atravessada pela uretra (que transporta a urina e o sêmen para fora do corpo). Parte da função da próstata é deixar o sêmen mais fluído, permitindo que os espermatozoides sobrevivam até a fecundação. O problema é quando a próstata cresce demais, causando sérios problemas urinários e provocando mal-estar constante. Outros problemas que podem ocorrer na próstata é a prostatite, que é uma infecção na próstata e o câncer.

O câncer de próstata é uma consequência da transformação das células, que passam a se multiplicar de forma anormal, ganhando a capacidade de invadir o órgão e criando o tumor. Em alguns casos, circulam pelo corpo produzindo tumores em outras locais e gerando a metástase.

O câncer de próstata é o segundo mais comum no Brasil entre os homens e o sexto no mundo. Também é considerado um câncer da terceira idade, já que a grande maioria ocorre a partir dos 65 anos. A crescente incidência de casos de câncer de próstata em idosos no Brasil deve-se à maior expectativa de vida e a evolução dos métodos diagnósticos.

A maioria dos tumores cresce de forma lenta, levando até 15 anos para atingir 1 cm. Por isso o câncer de próstata costuma ser diagnosticado na terceira idade. São poucos os casos que aparece de forma rápida e agressiva. O maior problema do diagnóstico de câncer de próstata é quando é feito tardiamente, já que se trata de uma doença silenciosa. 

O maior fator de risco para o câncer da próstata é a idade, mas é um equívoco afirmar que a doença afete somente homens idosos. Esse pensamento pode fazer com que muitos homens, em estágio inicial da doença, não procurem tratamento adequado. Por ter evolução lenta, o câncer de próstata costuma aparecer a partir dos 50 anos, sendo diagnosticada somente numa idade mais tardia, cujo tratamento é mais demorado. É recomendado o exame de toque retal e de sangue para dosagem de PSA, para detectar sinais de câncer de próstata sem os sintomas, em homens nessa faixa etária. A partir desses exames, o médico pode solicitar outros para confirmar ou não o diagnóstico.

Os primeiros sintomas de câncer de próstata são dor lombar, na bacia ou joelhos, problemas de ereção, sangramento pela uretra, perda de peso, fadiga, febre, suor noturno e inchaço na virilha. Muitas vezes os sintomas de câncer de próstata não aparecem e quando a pessoa descobre, já está com um tamanho considerável. Isso não significa que a presença do câncer de próstata em idosos vá trazer imediatamente um problema, pois muitos pacientes nessa idade acabam falecendo por outras causas, sem nem saber que tinham um câncer na próstata. E outros conseguem conviver com o tumor durante anos, mas com monitoramento médico.

Apesar de o câncer de próstata não ser uma condição exclusivamente genética, caso haja histórico na família, é melhor redobrar a atenção e começar os exames mais cedo, pois nesse caso costumam atingir homens mais jovens. Pacientes com histórico familiar de câncer de próstata têm seis vezes mais chance de desenvolver a doença, com relação aos homens que não apresentam esses casos na família. Outros fatores de risco associados são estresse, sedentarismo, hipertensão e diabetes. 

Os exames de sangue preventivos para câncer de próstata nos idosos fazem parte da rotina dos homens dessa idade. Câncer de próstata em idoso tem tratamento com reais chances de cura, porém, deve-se levar em conta o estado geral de saúde do idoso. Dependendo do caso, os prejuízos causados e efeitos colaterais poderiam ser maiores que os benefícios. Cada situação deve ser avaliada e discutida entre médico, paciente e familiares. 

A melhor forma de tratamento depende da agressividade da doença, de quanto o tumor penetrou na próstata e se há metástase ou não. No tratamento de câncer de próstata, pode ser feita cirurgia, terapia hormonal, quimioterapia e radioterapia.  Os idosos com câncer de próstata que são submetidos ao tratamento duplo, com radiação e hormônios ao mesmo tempo, podem ser curados e viver mais. A terapia hormonal bloqueia a testosterona e a radioterapia destrói ou inibe o crescimento das células cancerosas. Entre os efeitos colaterais do tratamento de câncer de próstata estão redução da libido, calor excessivo, mal-estar, perda da massa muscular e óssea, grande desconforto para urinar e evacuar, entre outros. Mas o resultado principal é viver por mais tempo e com maior chance de cura.

A melhor forma de prevenção do câncer de próstata em idosos é manter uma alimentação saudável, não fumar, ser fisicamente ativo e visitar regularmente o médico. Tudo contribui para a melhoria da saúde em geral do idoso e pode ajudar na prevenção do câncer de próstata.